Maconha Medicinal


Tramita no STF, com parecer e alguns votos favoráveis, habeas corpus que poderá redundar na descriminalização do uso individual da maconha no Brasil não prejudicial a terceiros. A matéria é polêmica e está longe de ser unânime no País, apesar de que, em certas nações, a cannabis é admitida até em rituais religiosos.

Independentemente do bate-boca local, é inconcebível que o aproveitamento de compostos da maconha, como canabidiol e tetraidrocanabinol (THC), continue sendo dificultado, praticamente obstruído, pelo poder público, sobretudo pela ANS e a Receita Federal, ignorando-se o fato de que, medicinalmente, seu uso mundo afora é manipulado com êxito comprovado, em controle de ansiedade, síndromes de pânico, depressão, convulsões, esquizofrenia, tratamento de Parkinson, Alzheimer e, inclusive, para aliviar a dor em casos de doenças crônicas.

 

Dica preciosa para os interessados no tema é o documentário Ilegal, disponível na Netflix, que narra o drama da primeira família brasileira a conseguir judicialmente o direito de importar medicações do gênero para tratamento da filha recém-nascida.

 

Excelente que a sociedade brasileira e as autoridades públicas abrissem a mente e reconhecessem os benefícios da utilização medicinal da maconha. Soubessem, por exemplo, que, por trás do preconceito, estão interesses econômicos de grandes laboratórios farmacêuticos contrários à oferta de uma medicação barata e de fácil fabricação e manipulação.

 

A propósito, na direção oposta, a Colômbia, onde recentemente se resolveu apostar no plantio da cannabis para fins de produção de drogas medicinais, o governo espera faturar bilhões de dólares com a exportação de remédios à base da maconha.

 

(*) Artigo publicado em:

26/7/2016: O Povo